Redação - Aqui
Quando Cauã Reymond estreou em Malhação, em 2002, como o boa-praça Mau Mau, muita gente imaginou que ele logo fosse desaparecer — sua falta de talento era nítida. No ano seguinte, porém, ganhou o papel do lutador Thor Sardinha em Da cor do pecado. Na época, as más línguas disseram que a escalação foi intervenção de Alinne Moraes, uma das mocinhas da novela, e sua então namorada. De trabalho em trabalho, Cauã foi crescendo como ator e colocou uma pá de cal nas desconfianças. Hoje, ele está na lista dos melhores atores de sua geração. A consagração vem com o primeiro protagonista de sua carreira: o Jesuíno de Cordel encantado.
O ator vive seu primeira protagonista
“Sei que vai ter muita gente ainda que vai falar mal de mim. Vai ter revista dizendo que o sotaque está errado, que meu mocinho está chato. Já estou acostumado com isso e não ligo. Sei que sou dedicado”, diz Cauã, na maturidade dos 30 anos.
HALLEY
A reviravolta na carreira do ator aconteceu em 2008, quando interpretou o malandro Halley em A favorita. Com o papel, Cauã ganhou diversos troféus, entre eles o Prêmio Extra de Melhor Ator Coadjuvante. Ano passado, o bonitão se superou ao dar vida a Danilo, o viciado em crack que roubou a cena em Passione. O Jesuíno de Cordel encantado tem tudo para dar continuidade à lista de bons personagens do ator. “Jesuíno é o protagonista, mas ele é meio anti-herói. Em determinado momento, vai virar uma espécie de Robin Hood, que rouba dos ricos para dar aos pobres”, adianta o marido da atriz Grazi Massafera.
Cauã mergulhou fundo no universo do cangaço para não fazer feio. Ouviu muito forró, leu livros sobre o sertão e viu dezenas de vezes a minissérie Grande sertão: veredas, estrelada por Tony Ramos. “Quando operei o quadril, passei minha recuperação assistindo à atuação de Tony. Fiquei fascinado e empolgadíssimo com Cordel encantado”, conta Cauã. Para compor o seu Jesuíno, o ator quis criar uma relação com o cavalo que usa em cena. Na preparação para o trabalho, ele e Bianca Bin, a Açucena da novela, fizeram aulas de montaria em um rancho em Guaratiba e, atualmente, sempre que pode, Cauã volta ao local para matar a saudade do animal, que apelidou de Relâmpago: “Quando vi o rapaz que cuidava dele, pensei: encontrei o Jesuíno. Ele é assim”.